segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paisinhos ou paisezinhos?

Para a formação do plural de palavras no diminutivo, temos duas regrinhas:

1ª) Com o sufixo –INHO, basta pôr a desinência “s”:
livro+inho = livrinho > livrinhos;
caixa+inha = caixinha > caixinhas;

2ª) Com o sufixo –ZINHO, devemos pluralizar a palavra primitiva, cortar o “s” e colocá-lo no final:
papel+Zinho > papei(s)+Zinho+s = papeizinhos;
balão+Zinho > balõe(s)+Zinho+s = balõezinhos.

No caso de PAISINHO, devemos aplicar a primeira regra, pois o sufixo é –INHO (país+inho = paisinho). Assim sendo, o plural correto é PAISINHOS. Assim como acontece com casa+inha = casinhas; lápis+inho = lapisinhos.

O plural “paisezinhos” é um equívoco, que eu próprio o cometi nos meus primeiros livros, mas isso já foi corrigido há muito tempo. Se aceitarmos “paisezinhos”, teremos de aceitar também “lapisezinhos”, “tenisezinhos” e outras aberrações.

O que mais me impressiona no caso é o radicalismo dos componentes da banca da Cesgranrio. Isso me espanta, pois conheci aquela casa na década de 80, quando lá prestei alguns serviços.
Também me causa espanto a “gramatiquice” cobrada na prova. Não que eu seja contrário às questões que envolvam aspectos gramaticais.

Não defendo a velha gramática normativa, mas também não sou professor do tipo que aceita tudo ou qualquer coisa. A moderação sempre me fez bem. Detesto radicalismos, seja de direita ou de esquerda. Sempre fui contra os concursos que só cobravam gramática como se isso medisse a capacidade do candidato de escrever e de compreender o que lê. Sempre defendi a produção de texto, as questões de interpretação e de compreensão de texto, mas nunca fui contra a presença de questões que envolvessem aspectos gramaticais práticos, como ortografia, concordância, uso do acento indicativo da crase, uso dos verbos e dos pronomes…

Nas minhas Dicas de Português, publicadas aqui no G1, só fui radical num aspecto: a presença de questões polêmicas em nossos concursos. Isso é covardia. O candidato não precisa saber que o autor A aceita um plural e que o autor B aceita duas formas de plural. É uma questão subjetiva, pois professores, estudiosos, mestres e até doutores têm o direito de divergir, de ver a língua portuguesa sob ângulos diferentes.

Sejamos mais flexíveis. Não apenas na visão da nossa língua, mas, principalmente, na vida.

Fonte: G1
Temos como intuito postar notícias relevantes que foram divulgadas pela mídia e são de interesse do curso abordado neste blog. E por isso esta matéria foi retirada na íntegra da fonte acima citada, portanto, pertencem a ela todos os créditos autorais.

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