quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ARTIGO - A Língua Portuguesa na época do português arcaico

Evidentemente hoje em Portugal, como no Brasil e nos 6 países de “Língua Portuguesa”, quem fala o português atual ou moderno não tem idéia do que ocorreu durante séculos para chegarmos a esse momento.
Há 1000 anos antes de Cristo, começaram a surgir na Península Ibérica bandos de gente vindos da Europa Central, os “Celtas”, pois que, por essas bandas existiam pequenos grupos de povoações ou tribos, como os iberos, os lusitanos e outros, e com a técnica trazida pelos Celtas, que conheciam o ferro e até eram ourives, enturmaram-se com as populações locais e após um período surgiu a raça “Celtibera”, uma mistura dos Celtas com os iberos, lusitanos e outros. Evidentemente começou a haver uma alteração na língua desses povos, houve a junção de muitas delas e isso durou até a invasão das tropas romanas, já no terceiro século antes de Cristo, o que ocasionou uma mistura grande da antiga língua com o latim, trazido pelos romanos.
Na invasão romana, as tropas falavam o “latim”, as populações começaram a ser obrigadas a falar essa língua, embora houvesse muita mistura de palavras, daí começou a surgir algo normal quando há invasão ou colonização em outros povos, como no Brasil aconteceu, com o português moderno, o tupi e o guarani, surgindo a “Língua Geral”, que foi eliminada pelo Marquês de Pombal por volta do ano de 1725.
No período da dominação romana, praticamente as línguas antigas desapareceram e a nova língua começou a surgir, com essa mistura grande de línguas, mormente, depois que os lusitanos começaram a sobressair-se, com o declínio do império romano, surgindo então o “lusitano arcaico”.
O “lusitano arcaico” já era uma mistura fantástica das antigas línguas, do romano e das línguas desses povos, que habitaram a região da Península Ibérica até o ano 711 da nossa era, quando houve a invasão das tropas vindas da Mauritânia e do Marrocos, que atravessaram o estreito de Gibraltar e expulsaram o já fraco exército romano e acabaram ficando por 700 anos até 1452, quando foram expulsos de Portugal.
Com o linguajar dos “mouros” mais uma mistura linguística houve e aí surgiu então o “Português arcaico”, uma língua que a partir do ano 1500 da nossa era passou a compor-se como o “Português moderno”, por obra do maior mestre Luiz Vaz de Camões e outros eméritos literatos.
No Português arcaico, já muito parecido com o Português Moderno, podemos até citar uns versos a respeito, para se ter uma idéia: “Cantiga de Guarvaia, de Pai Soares de Taveirós”:
No Mundo non me sei parelha, mentre me for como me vai - Cá já moiro por vós - e ai mia senhor branca e vermelha - Queredes que vos retraia - Quando vos eu vi em saia”.
Muitas palavras do português arcaico continuaram no português moderno e como no Brasil e em Portugal, surgem expressões de outros povos, consequentemente havendo uma assimilação de palavras, que acabam ficando no dia-a-dia da própria Língua Portuguesa, mas, esse fenômeno é perfeitamente aceitável.
Portanto, hoje após tantos séculos de aperfeiçoamento da Língua Portuguesa, com a graça de Deus, temos um conjunto de literatos, mestres da nossa Língua e das suas entidades-mór, que a cada 30 anos fazem reformas na ortografia, como aconteceu em 1913, 1943, 1973 e agora no começo do século 21, pelas grandes autoridades linguisticas de Lisboa e Rio de Janeiro, o que ocasionou a reforma ortográfica, para que os povos de Portugal, Brasil, e dos outros 6 países de Língua Portuguesa pudessem organizar melhor a escrita ortográfica entre esses maravilhosos povos, que já estão aproximando-se de 300 milhões de falantes da doce e linda Língua Portuguesa, para glória do nosso querido e eterno Portugal.
Adriano da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.


Fonte: site Mundo Lusiada

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